06 dezembro, 2006

Manifesto de uma Agregada - Parte II

Raposo Tavares desbravou do sertão ao Amazonas, conheceu o país de norte a sul, exterminou índios e, coincidentemente, é chará do meu pai. Pelo menos eu não tenho que usufruir de uma estrada que tem nome de ditador – mas, talvez, tocar na ferida incomode a leitora, que prefere passear pelo shopping.

Raposo Tavares, a rodovia do amor – ganhou esse apelido por possuir uns 30 motéis no caminho – porém, esse pessoal é muito moralista, na verdade, sem moralismos... é a rodovia do sexo.

Quando eu freqüentava o jardim de infância, no começo de minhas migrações pendulares, o tempo passava muito devagar na estrada. Por isso, eu comecei a inventar brincadeiras para passar o tempo: achar o alfabeto nas placas, descobrir todos os tipos de veículos que existiam, elefantinho colorido de carros, fingir que minhas mãos eram dinossauros...

O rádio sempre me influenciou, já que eu o escuto, aproximadamente, três horas por dia há 17 anos; No ginásio, meu dia só começava depois de escutar “tema de São Paulo” e, ao longo dos anos, percebendo a paisagem se modificar a cada dia, vendo favelas e galpões multiplicando-se, apreensiva em relação à FEBEM, e notando a diferença que o Rodoanel trouxe à região, percebi que dependendo da trilha sonora, do rádio ou de um CD, a Raposo muda todos os dias diante de meus olhos, a percepção se torna completamente diferente, e a janela transforma-se em uma tela em movimento.

Porém, esse é só um comentário irrelevante...

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8 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Só vou colocar uma música de uma cantora que eu adoro, de Israel, Achinoam Nini, conhecida como Noa:

Motor Lullabies:

"restlessly turning, imprisoned and freed
still is the night but that’s not what i need
gimme repetitive motion,
a circle, a notion
a steam engine dream..

motor lullabies
of turning wheels and bolts
motor lullabies
rocking me to sleep
motor lullabies
on long and winding roads
motor lullabies
transporting
motor lullabies
transporting me

restlessly turning, imprisoned and freed
still is the night but that’s not what i need
tenderness found as the rhythmn goes round
i’m caressed by the sound of my motor lullabies
of turning wheels and bolts
motor lullabies
rocking me to sleep
motor lullabies
on long and winding roads
motor lullabies
transporting
motor lullabies
transporting me

motor, motor sing your song
theirs or mine or his
motor, motor will i wake
close to where my true life is..

motor lullabies
of turning wheels and bolts
motor lullabies
rocking me to sleep
motor lullabies
on long and winding roads
motor lullabies
transporting
motor lullabies
transporting me..
transporting
transporting me..."

dezembro 06, 2006  
Blogger Utak said...

Eu disse Giugiu, você tem que escrever mais! é muito pouco! só esse gostinho de agregadagem é apenas uma gota de um suco delisioso e saboroso que queremos provar.
mas mesmo assim continua muito bom!

Visitem: http://lokielobz.blogspot.com/

:P

dezembro 07, 2006  
Blogger Utak said...

bom, não sei, ela deveria escrever bastante e constantemente
assim, manteriamos mais interessados ainda!

dezembro 07, 2006  
Blogger muriel said...

vocês ainda não perceberam? A Giulia é a Sherazade.

dezembro 08, 2006  
Blogger Utak said...

Hahahahahahaha....

dezembro 08, 2006  
Blogger yuribt said...

Quanto lirismo, Giu! Estou adorando, continue, por favor!

dezembro 09, 2006  
Blogger Giulia T. said...

Se eu sou Sharazade, quem é meu sultão?

dezembro 14, 2006  
Blogger Giulia T. said...

não sei, será?

dezembro 23, 2006  

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