17 abril, 2007
11 abril, 2007
01 abril, 2007
Não é mentira!
Com todo o pedantismo das ocasiões solenes:
Senhoras e senhores, exelsos habitués deste humilde blógue! Com muito orgulho e satisfação anuncio que hoje, neste memorável 1º de Abril, esta fétida e adorável Latrina completa um ano de existência!!!
O primeiro aniversário... um ano de glórias malditas, poesia fecal e o mais doce escárnio! Oh, querida Latrina!
A Malta assopra as velinhas
Nesses últimos dias, com a aproximação do jubileu, fiquei me perguntando como poderia fazer um post à altura da ocasião. Cheguei à conclusão de que deveria expor ao mundo o início deste blógue, contar a todos como tudo começou.
Numa tarde cinzenta e chuvosa, com o vento castigando as janelas frágeis... Tá, eu admito, não foi assim (mas seria infinitamente mais poético... blé). Numa tarde comum, tão comum que não me lembro de mais nada para descrevê-la (oh, terrível honestidade!), estava eu lendo o blógue Aqui
Meu primeiro pensamento razoavelmente coerente depois de ser abduzida pelo belo e terrível mundo virtual foi: Como tem blog ruim!
A verdade é que eu fiquei absolutamente pasma com o que vi. Gráficos cafonérrimos, com letras piscantes cor magenta. Textos que poderiam ter sido escritos por uma criança de cinco anos, a não ser pelas piadinhas de duplo sentido ridículas. Blogs, que além de serem blogs, aparentemente eram também confissionários, mas estava além da capacidade da minha pobre mente entender porque, porque, alguém ia escrever coisas íntimas e publicar pro mundo inteiro ver. Blogs pseudo-poéticos. Blogs políticos ou opinativos, nascidos do desespero dos blogueiros de que suas opiniões valessem algo. Isso sem contar os comentários, os coitados dos amigos que foram obrigados a comentar (qualquer semelhança com esta Latrina é mera coincidência).
Rapidamente o meu choque se transformou
Então
EU: Er, como se cria um blog?
CHARLES: Você quer criar um blog?
EU: É.
CHARLES: Vai nesse site então.
E me deu o endereço do Blogger.
Eu entrei, e fui seguindo as instruções. Primeiro era: o nome do blog. Aí fiquei um pouco nervosa, pois na minha revolta não tinha parado pra pensar numa coisa tão óbvia como o nome. Pensei por uns minutos, considerei a minha desilusão com o mundo dos blogs, e escrevi: A Latrina. Em seguida escolhi o primeiro modelo de template que apareceu, um amarelo horrendo. E o passo final: a descrição. Peguei meu caderno de química, virei na última página e escrevinhei uns rascunhos, e coloquei a melhorzinha (que permanece até hoje).
Enfim, tinha criado um blog. Uma Latrina gerada pelo impulso e revolta adolescentes, e naturalmente não tinha a menor idéia do que fazer com ela.
Assim, pra me sentir menos idiota, no dia seguinte na escola, fiz um pedido (disfarçado de convocação) pra Camila.
EU: Então, eu criei um blógue.
CAMILA: (se limitou a me dar aquele olhar o-que-foi-que-você-fez?)
EU: Tava pensando se você não quer participar também. Te mandei um convite.
CAMILA: Tá (ao laconismo seguiu-se um suspiro resignado e um olhar do tipo o-que-não-se-faz-pelos-amigos).
Um pouco mais segura em quanto ao blógue, no dia seguinte me dirigi à Giulia. Junto com Camila, iniciei as negociações no bandejão.
EU: Giu, eu... eu criei um blógue.
GIULIA: Um o quê?
EU: Um blógue.
GIULIA: Que idiota!
EU: (me sentindo muito mal, viro pra Camila)
CAMILA: (de repente muito interessada nas próprias unhas).
EU: (ainda muito frustrada) Bom, aqui tá o endereço, se um dia você quiser dar uma olhada.
No outro dia...
GIULIA: Então, eu entrei na Latrina!
EU: (esperando a crítica brutal) Ah, que bom.
GIULIA: Quero fazer parte!
Esse foi o primeiro indício de que o odor da Latrina podia ser cativante.
E foi assim que tudo começou, fiéis latrineiros. A Latrina surgiu como uma resistência aos blogs pretensiosos, porque a Latrina assume seu lado podre. Porque a Latrina não tem links, tem toda uma rede de esgoto. Porque a Latrina não tem comentários, tem descargas. Porque a Latrina não é um blog, é blógue.