28 fevereiro, 2007

Momento nonsense do dia

PSSOR DE FÍSICA: É assim, quando na nuvem se forma uma concentração de cargas negativas, por exemplo, no chão há uma polarização positiva. Desse jeito (desenha alguma coisa na lousa), as cargas opostas se atraem e acontece um trovão (se vira bruscamente pra classe). SHAZAM !!!

EU: Er... Shazam?!

CAMILA: Então tá, né.

25 fevereiro, 2007

Latrina Militar

Não desobedeça

a ordem superior

e o chamado da latrina

21 fevereiro, 2007

Ventosidade em verso

Ao que parece nossa turma tem uma curiosa tendência a fazer poesia sobre temas... fedorentos. E esta humilde Latrina, é claro, abre suas portas para dar espaço a essa criatividade que, provavelmente, seria desperdiçada nos esgotos por aí.

Aqui apresentamos um poema escrito por Pedro Bacchi, inspirado por uma flatulência particularmente desagradável do senhor Whisky, quando em Peruíbe (de novo!) neste Carnaval.


Flatulências Anglo Alcoólicas

No poço dos desejos, descargas e sujeiras,

Ouvia apenas o canto da escova.

Com a latrina em minha traseira,

Concentrava-me apenas na limpeza de minha boca.


Subitamente, algo provoca meu espanto!

Ouço passos, como os de um White Horse,

Encorpado como um Black Label.


Giro meu rosto à direita, como nunca antes.

E, como num relance, vejo algo se mover.

Num senso profético pude prever:

Regurgitar-se-ia, pelos ares, ventos escaldantes.


Estava lá, o mé americano,

Parecendo seu mais branco cavalo,

Coiceando pelos ares, insano.

Porém, o pior viria a cavalo...


Um som horrendo ouvi,

Este, atingira minh’alma de transverso,

Como um dueto de Tiririca e Leonardo,

Saíra, para ecoar na eternidade nesses versos.

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16 fevereiro, 2007

Apêndice Sobre a Abertura dos Cocos

ou

Homenagem a Marcel Macaco

Enquanto eu lia a obra prima do famoso autor William Golding, uma pergunta sem resposta me perturbava:

Como eles abriam os cocos?
Sendo eles crianças de, no máximo, doze anos, criadas na civilizada sociedade inglesa, em uma ilha deserta, com apenas uma faca de canivete disponível, me parecia impossível que eles fossem capazes de usar água de coco como base de sua alimentação. Mesmo que eles pegassem os cocos caídos no chão e não tivessem que chegar ao alto dos coqueiros, eles não teriam os aparatos ou força necessários para abrir a casca dos cocos.
Se O Senhor das Moscas não foi capaz de saciar a sua curiosidade, O Senhor de Peruíbe apresenta uma solução para esse problema crucial para o desenvolvimento da história.

Quando Caio se prontificou a dividir as tarefas domésticas para que a ilha se tornasse o mais doméstica possível, Bacchiemarcel ofereceram suas habilidades especiais para fornecer o suprimento de cocos.
Todos já tinham visto Marcel escalando árvores, pedras, dunas e penhascos com a destreza de um felino. Muitos tentaram imitá-lo, inclusive Vitor e o pequeno Denis, mas com resultados pouco satisfatórios e às vezes até preocupantes. Mas Caio e Porquinha acharam uma boa idéia usar a habilidade para algo, de fato, útil.
A tarefa era executada por Bacchiemarcel com harmonia mecânica. Todas as manhãs, Marcel escalava o coqueiro que lhe parecia mais carregado, soltava os cocos, um por um, e os laçava na direção de seu irmão. Bacchi, por sua vez, cabeceava cada um deles, que caíam rachados em suas mãos e eram imediatamente depositados em uma pilha, para qualquer um pegar.
Nos primeiros dias, uma das diversões favoritas dos pequenos era acompanhar Bacchi enquanto ele corria em volta do coqueiro para acertar os projéteis. E depois as crianças se impressionavam com os espetáculos de Marcel, quando ele descia dando mortais, fazendo acrobacias ou malabares com os cocos.
Talvez a operação tenha causado algumas perdas neurológicas para Bacchi, depois de repetidas vezes na função de abridor de cocos. Mas qualquer coisa valia a pena para ter algo o que beber além de água.
Apesar de Caio, sem dúvida, preferir um leitcheeeeenho!

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14 fevereiro, 2007

Disenteria em verso

sim, nenhum de nós sabe contar sílabas poéticas...

Soneto da Latrina

O ambiente é escuro e fedorento
Atmosfera de pútridos vapores
Mas isto não espanta meus amores
Eternamente fiéis a esse assento!

Antro de profanação dos autores
Revirando-se abaixo do cimento
Tornam-se paródias sob o firmamento
E risadas nos lábios dos leitores.

As mais adoráveis escatologias
Declamamos como se liturgias
Lançando ao ar cândidos perdigotos.

Ah, esses odores da nossa Latrina
Destes olhos a mais linda menina
Suprema luz dos imundos esgotos!


colaboraram: Camila, Ugo, Lulu e Caio P.

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11 fevereiro, 2007

Manifesto de uma Agregada - Parte V

Outro dia começa, o galo canta ao nascer do sol – porém o animal não tem noção do horário de verão, então ainda é noite. Da minha cama me levanto, abro a janela e rapidamente o cheiro de orvalho chega a mim, observo meu quintal da sacada, está nublado, mas enxergo as copas das árvores, o som dos pássaros é intenso e uma nuvem de pernilongos me ataca; arrumo a cama e começo minha rotina rural. Criamos muitos animais e nessa época o pomar não está carregado.
Desço as escadas correndo ainda com o cadarço desamarrado, chego na cozinha. Sentado, lendo jornal, meu pai me espera com uma cara de reprovação; já são seis horas e eu ainda não arrumei a mala, não tomei café e não alimentei os animais. Engulo meu leitinho (LEITCHEEEEEEENHO) e ponho pra dentro um pedaço de pão.
Vou para o quintal, as cabras gemem e pulam na minha direção, estão completamente desequilibradas e sujam toda a minha calça, mas é só dar a ração que elas silenciam. Subo as escadas novamente – Te espero no carro e amarra esse tênis! – e quase caio pisando no cadarço. Faço tudo o que tenho que fazer, estou pronta para partir. Abro a porta da cozinha, os porcos me rodeiam e ao primeiro passo sinto pisar em algo com consistência duvidosa, levanto o meu pé esquerdo, o que vejo não me agrada e sinto um cheiro pouco agradável...

***
– Você não vai chegar ao colégio a tempo. Seu tênis continua...– entrando no carro tenho que encarar a cara do meu pai novamente, tenha paciência!

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08 fevereiro, 2007

O Senhor de Peruíbe V

As crianças debandaram e os mais velhos simplesmente olharam, sem saber como agir.

— Se nós tivéssemos adultos por perto... – Porquinha começou depois de a floresta estar completamente carbonizada, com somente alguns pontos brilhantes, até pareciam estrelas.

— Nós não precisamos de adultos. Isso é uma autogestão. – atalhou Nonô.

— A concha, pegue a concha para falar. – disse Caio pegando a concha da mão de Porquinha. – E não adiantaria nada ter adultos por perto. Foi um acidente que só poderia ter sido evitado se nós não tivéssemos feito a fogueira. E todos sabem que ela é essencial para o nosso resgate.

— Pelo menos eu e Porquinha, que estávamos aqui não vimos ninguém ir em direção ao fogo. Acho que ninguém se feriu ou... – Manfrim não conseguiu terminar a frase, inseguro do que dizia.

— Ah, não? Alguém está vendo aquele menino do cabelo esquisito que estava lutando contra as árvores? – Porquinha apontou para a aglomeração de pequenos, ainda assustados, que se formava por perto.

— Ele deve estar perdido por aí...provavelmente – disse Bacchi, ou teria sido Marcel? Ah, dá na mesma.

— A concha, não se esqueçam da concha! – disse Caio, pegando a concha que parara na mão de Manfrim.

— Esquece essa concha, seu liderzinho burocrata de...

— Quem é você pra falar? – se rebelou Alexandre.

— Eu sou quem deveria ter sido líder, seu vira-casaca fracote.

— Ele foi eleito pela maioria, democraticamente. – disse Manfrim.

— Cala a boca, quatro-olhos! – interveio Vitor.

E sem se dar conta, Caio se viu lançando seu punho em socos para todos os lados. Porquinha e os gêmeos tentavam separar o coro dos meninos “do bem”. Mas a menina, devido ao seu tamanho e peso diminutos, foi atirada na direção da piscina. O jato de água decorrente disso pareceu chamar a atenção dos guerreiros, que travaram uma trégua silenciosa e se voltaram para a água. De lá saía a menor e mais assustadora figura que qualquer um deles já vira; encharcada e mancando por causa de um hematoma do tamanho da sua coxa, ela parecia à beira de um ataque homicida.

— Não olhem pra mim, seus imbecis! O que aconteceu com o Manfrim?

Lá estava, o dono dos óculos, semi-cego, tateando em busca da coisa mais próxima de um fósforo que eles tinham (óculos produz fogo –> fogo = luz/brilho = lampadinha = idéia ~ sabedoria), e lá estavam os óculos, ou metade deles rodeada por pequenos cacos de vidro.
(½ óculos = pessoas ½ burras)

Por sorte, a lente quebrada era a esquerda, mais fraca. Eles ainda poderiam usar a outra para fazer a fogueira. Mas Manfrim não parecia feliz com isso ao colocar o monóculo na cara.

Caio decidiu que eles não podiam se abalar, ele tinha que retomar o controle. Levantou a concha o mais alto que pôde, o que chamou a atenção de todos inclusive dos pequenos.

— Nós precisamos nos reestruturar, meus correligionários, imediatamente. Esses incidentes não podem acabar com a organização que nós alcançamos. Temos que – o que o levara a entrar naquela briga? Por que ele cedera à barbárie? O que ele estava dizendo? Todos o encaravam. – ah...temos que...tomar atitudes: Bacchiemarcel, eu quero que vocês juntem mais madeira e levem os óculos para fazer uma nova fogueira na montanha. Porque ela é importante.

— Sim senhor.

— Nós temos que, juntos, construir cabanas para nos abrigar da chuva e, bem, de qualquer outro perigo que possa nos perturbar.

— Seus bichas, quem precisa de cabana...Eu vou caçar. Aquele porquinho me escapou por pouco. Mas eu vou me vingar. – Nonô fez uma cara maléfica e se afastou com seus caçadores.

— Eu não posso ajudar por causa desse machucado. O que meu pai ia pensar se visse isso...

— Eu também não. Eu não enxergo e tenho asma.

— Você tem ass-mar*?

Passou-se algum tempo, os meninos estavam sujos, com roupas rasgadas e cabelos compridos. Mas Caio estava satisfeito. A fogueira fora mantida acesa durante a maior parte do tempo (mesmo que ela não tenha servido para nada, já que nenhum navio passou), as cabanas estavam em pé, ou praticamente, e não havia mais brigas. Por mais que, vez ou outra, algum dos pequenos, especialmente aquele Denis, acordasse com um pesadelo, não se falava mais em monstros e serpentes, nem no menino do cabelo grande.

Naquela manhã, durante a sua regular vistoria, o líder reparou no resultado da dieta rica em fibras daqueles meninos, baseada exclusivamente em frutas (algumas um pouco estragadas) e cocos (ver apêndice) – e ele cheirava mal. Ele devia convocar uma reunião sobre isso.


Honório, por outro lado, se frustrava mais a cada dia. Até agora não conseguira matar um porco sequer. E cada vez com mais freqüência ele se sentava em um canto, tremendo a perna e pensando no que o impedira de derramar o sangue de sua caça e nas formas que poderia empregar para conseguir da próxima vez. Naquele dia ele se sentia perto de achar a solução, quando ele ouviu o som que mais odiava. O sopro da concha chamava, e todos seguiam hipnóticamente.


*no original há um trocadilho intraduzível entre asthma (asma) e ass-mark (mancha na bunda). (N.T)

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04 fevereiro, 2007

Uêba!

O sétimo livro da série, Harry Potter and the Deathly Hallows, será lançado no dia 21 de julho deste ano.

Afinal qual é a graça de se comemorar boa literatura?

01 fevereiro, 2007

Momento de Revolta Adolescente

Agora que estou oficialmente no último ano desse limbo chamado Ensino Médio, posso afirmar com certeza que no Brasil é a escola que se molda ao vestibular, e não o contrário. É vergonhoso.
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Por que, por que, POR QUE as desorientadoras insistem em ler os textos em voz alta e incrivelmente devagar?
*
Baseada na minha primeira aula de literatura do ano, acho que em breve vou ter certeza que até hoje nunca li um livro direito. Depois vou entrar em crise e nunca mais ler nada.

Aham, como se eu fosse conseguir.